Guerra Israel-Irão: ataques aéreos, evacuações e risco de alastramento regional

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Ataques aéreos massivos, retaliações com mísseis e receio de que se alastre
Ataques aéreos massivos, retaliações com mísseis e receio de que se alastre

A guerra entre Israel e Irão atingiu esta quarta-feira, 18 de junho de 2025, um novo pico de intensidade, com ataques aéreos massivos, retaliações com mísseis e crescentes receios de que o conflito se alastre a todo o Médio Oriente. O confronto, que entrou no seu sexto dia consecutivo, já provocou dezenas de mortos civis, danos em infraestruturas críticas e uma vaga de evacuações em massa, sobretudo na região de Teerão.

Ataques aéreos e evacuações em Teerão

Durante a noite, a força aérea israelita lançou três vagas de ataques sobre Teerão e outras cidades iranianas, utilizando mais de 50 aviões de combate para atingir pelo menos 20 alvos militares e industriais, incluindo instalações de produção de centrífugas nucleares e fábricas de mísseis. Segundo o exército israelita, o objetivo é minar a capacidade do Irão de enriquecer urânio e desenvolver armas de longo alcance. A Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) confirmou que duas instalações de produção de centrífugas, monitorizadas no âmbito do acordo nuclear, foram atingidas.

Em resposta, o Irão lançou múltiplos mísseis balísticos e hipersónicos Fattah-1 em direção a Israel, sobretudo contra Telavive e Jerusalém. Apesar de a maioria ter sido intercetada pelos sistemas de defesa israelitas, explosões foram ouvidas em várias cidades, e dezenas de edifícios foram danificados, obrigando mais de 1.300 israelitas a abandonar as suas casas e a procurar abrigo em hotéis.

A capital iraniana viveu uma manhã de pânico, com milhares de pessoas a abandonar Teerão em direção ao norte do país, após alertas de evacuação emitidos por Israel para bairros específicos, de modo a facilitar novos bombardeamentos. O trânsito congestionou as principais vias de saída da cidade, enquanto relatos de feridos civis e destruição de habitações se multiplicavam.

Retórica e ameaças internacionais

O presidente dos EUA, Donald Trump, elevou a pressão sobre o Irão, exigindo a “rendição incondicional” de Teerão e afirmando que conhece a localização do líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, embora tenha garantido que não pretende atacá-lo “pelo menos para já”. Trump admitiu que ainda está a ponderar uma intervenção militar direta, o que poderá escalar o conflito para um patamar regional ou mesmo global.

O líder iraniano, por seu lado, avisou que qualquer envolvimento dos EUA terá “consequências irreparáveis” e garantiu que o Irão “não cederá a ameaças nem a uma paz imposta”. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão reiterou que o país atua em legítima defesa e mantém abertura para negociações, mas acusa Israel de “fabricar o conflito para sabotar soluções diplomáticas”.

Impacto regional e diplomacia internacional

A escalada militar já provocou apelos urgentes à contenção por parte de líderes internacionais. O presidente francês, Emmanuel Macron, lançou uma iniciativa europeia para tentar mediar um cessar-fogo, alertando para o aumento do número de vítimas civis e para o risco de instabilidade em toda a região. Rússia e Turquia também se ofereceram para mediar, enquanto a ONU e a Cruz Vermelha monitorizam a situação humanitária.

O conflito ameaça envolver outros atores regionais, como o Hezbollah no Líbano e milícias apoiadas pelo Irão na Síria e no Iraque. Os EUA reforçaram a presença militar no Médio Oriente e prolongaram o destacamento de aviões de combate, enquanto Israel e Irão continuam a trocar acusações e ameaças públicas.

Consequências humanitárias

O número de vítimas civis aumenta de ambos os lados, com relatos de hospitais sobrelotados e dificuldades no acesso a cuidados médicos. Em Israel, mais de 24 civis morreram desde o início da ofensiva iraniana, enquanto no Irão há dezenas de mortos e feridos, incluindo mulheres e crianças. A destruição de infraestruturas críticas, como universidades e instalações industriais, agrava o impacto económico e social do conflito.

Bruno

Por Bruno

Engenheiro Informático