Escalada do conflito entre Israel e Irão provoca alarme internacional

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Conflito no Médio Oriente ganha novas proporções
Conflito no Médio Oriente ganha novas proporções

A tensão entre Israel e Irão atingiu um novo pico neste fim de semana, com uma série de ataques aéreos, operações secretas e retaliações que já resultaram em dezenas de mortos e centenas de feridos, deixando a comunidade internacional em alerta máximo. O conflito, que há anos se desenrola através de ciberataques, operações de inteligência e confrontos indiretos, entrou agora numa fase de confronto direto, com potencial para desestabilizar toda a região do Médio Oriente e impactar a economia global

Ataques e retaliações: o pior dia do conflito até agora

Na madrugada de domingo, 15 de junho, o Irão lançou uma vaga de mísseis e drones contra o território israelita, provocando pelo menos 10 mortes e mais de 100 feridos, sobretudo no norte e centro de Israel. Em Batiam, perto de Telavive, um prédio de dez andares foi atingido, resultando em seis vítimas, incluindo duas crianças. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou o local e prometeu que o Irão “vai pagar um preço muito alto” pela morte de civis, acusando Teerão de ataques premeditados contra a população israelita

Em resposta, Israel realizou ataques aéreos de grande escala sobre o Irão, incluindo bombardeamentos a instalações nucleares estratégicas, como a central de Natanz. Segundo fontes israelitas, vários comandantes militares e cientistas nucleares iranianos foram eliminados nestas operações. Imagens captadas durante a noite mostram fumo espesso e explosões sobre as instalações atingidas. O Mossad, serviço secreto israelita, terá montado operações de alta tecnologia no interior do Irão semanas antes, utilizando drones explosivos para atacar plataformas de mísseis e centros de comando

Reações internacionais e risco de escalada

A escalada do conflito levou líderes internacionais a apelar à contenção e à redução imediata das hostilidades. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenaram a violência e pediram negociações urgentes para evitar uma guerra aberta. O conflito já está a impactar os mercados globais, com o preço do petróleo a subir e as bolsas europeias a registarem perdas acentuadas devido ao receio de uma perturbação prolongada no Médio Oriente

A crise israelo-iraniana é o tema dominante da cimeira do G7, que decorre no Canadá. Os líderes das maiores economias do mundo discutem formas de pressionar ambas as partes a recuar, ao mesmo tempo que debatem o impacto do conflito na segurança energética e na estabilidade económica mundial. A situação na Ucrânia e a crise migratória na Europa também estão na agenda, mas a guerra no Médio Oriente é vista como a maior ameaça à paz global neste momento

Consequências humanitárias e regionais

As consequências para as populações civis são graves. Em Israel, centenas de pessoas continuam desalojadas e há relatos de desaparecidos sob os escombros. No Irão, a destruição de infraestruturas nucleares e militares levanta receios de contaminação ambiental e de uma resposta ainda mais agressiva por parte do regime de Teerão. Países vizinhos, como o Egito e a Jordânia, reforçaram a segurança nas fronteiras, temendo uma propagação do conflito

A embaixada de Portugal em Israel emitiu um alerta para os cidadãos nacionais, aconselhando máxima precaução face à escalada da violência. Organizações humanitárias internacionais já começaram a mobilizar equipas para prestar apoio às vítimas e preparar-se para uma eventual crise de refugiados

Perspetivas para os próximos dias

Analistas políticos alertam que a atual vaga de ataques pode ser apenas o início de uma série de ações militares e de inteligência que se poderão prolongar por semanas. O risco de envolvimento de outros atores regionais, como o Hezbollah no Líbano ou milícias apoiadas pelo Irão no Iraque e na Síria, aumenta o perigo de uma guerra regional de grandes proporções.

A comunidade internacional acompanha com preocupação os próximos passos de Israel e Irão, numa altura em que a diplomacia parece ter poucas hipóteses de travar a escalada. O mundo assiste, assim, a um dos momentos mais críticos do século XXI, com consequências imprevisíveis para a paz e a segurança global

Alice

Por Alice

Cientista de Dados